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Prevenção ao suicídio: uma luta além do setembro amarelo!


O suicídio é um fenômeno social que tomou forma de luta a ser combatida. De acordo com um relatório emitido pelo Ministério da Saúde em 2017, no ano anterior a pesquisa, 11.433 mil brasileiros tiraram a própria vida. A nível mundial, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), no mesmo ano, a cada quatro segundos uma pessoa cometia suicídio, representando 800 mil mortes em 2016.

Diante desse cenário, é nítida a necessidade de falar sobre as formas de prevenção ao suicídio, já que é a terceira maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, e a sétima entre crianças de 10 a 14, também de acordo com a OMS. Profissionais da saúde apontam que é possível evitar tantas mortes com algo efetivo: a prevenção, que começa pelo tratamento de transtornos psicológicos. O setembro amarelo busca conscientizar as pessoas sobre a importância desta luta.

Setembro amarelo: como se deu início?

No ano de 1994, Mike Emme, um jovem de 17 anos, muito querido por todos a sua volta, se suicidou. Infelizmente, tanto a família quanto os amigos, não conseguiram notar os sinais de que ele estava sofrendo e que pretendia tirar a própria vida. Em seu funeral, os amigos colocaram uma cesta com fitas e cartões amarelos, que diziam: “Se precisar, peça ajuda”.


A proporção da ação tomada foi tão grande que se expandiu pelo país. Vários jovens começaram a usar cartas amarelas para solicitar ajuda a pessoas próximas e queridas. A fita amarela é o símbolo do projeto que encoraja aqueles com pensamentos suicidas a procurar ajuda.


Após a onda de ações, no ano de 2003 a OMS (Organização Mundial de Saúde) definiu o dia 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. A cor amarela, a mesma do Mustang de Mike, é a cor que representa a campanha.

Por que devemos falar sobre?

A tentativa de suicídio sempre está ligada a um estado alterado da mente ou um transtorno mental, como, por exemplo, a depressão. Ou seja, o suicídio é precedido por momentos de tensão, angústia e sofrimento. Desta forma, entende-se que a forma mais efetiva de salvar a vida de alguém é auxiliá-la na busca por tratamento.

Estima-se que cerca de 12 milhões de brasileiros sofrem de depressão, o que corresponde a 5,8% do total da população. Porém, essa taxa é a maior da América Latina e a segunda maior das Américas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Além disso, transtornos de ansiedade, como fobias, transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático e ataques de pânico, afetam 9,3% dos brasileiros, ou seja, cerca de 19,4 milhões. Esse dado coloca o Brasil no primeiro lugar do ranking de países ansiosos.

Há sinais de que uma pessoa pode cometer suicídio?

Sim, e é identificando antecipadamente esses sinais que você pode salvar a vida de um familiar, amigo ou até mesmo um colega de trabalho. Alguns desses indícios são:

Falta de autoestima: pessoas com maior risco de tirarem a própria vida falam da própria morte mais do que o normal, e dizem não sentir esperanças de uma vida melhor, além de relatarem falta de autoestima e possuírem uma visão negativa do futuro.


Falas indiretas sobre morte: frases como ““vou desaparecer”, “vou deixar vocês em paz” , “eu queria dormir e nunca mais acordar” são um alerta!


Isolamento: pessoas com intenção de cometer suicídio podem deixar de atender telefonemas, interagir e usar menos os perfis nas redes sociais e ficar cada vez mais em casa, além de cancelar encontros ou compromissos com pessoas próximas.


Demonstrar calma depois de ter dias estressantes ou ruins: esse tipo comportamento pode indicar apatia pela vida, ou seja, não se importar muito com as situações cotidianas, ligando o modo “automático”, sem identificar sentimentos ou aproveitá-los.

O que posso fazer por um familiar, amigo ou pessoa próxima que apresentou alguns desses sinais?

Escolha um lugar confortável e um momento adequado para conversar com a pessoa, ofereça apoio e os seus ouvidos, sem julgamentos ou condenações. Frases como “isso é covardia” ou “é fraqueza” diminuem a dor do indivíduo.


Incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais da área da saúde mental, seja para consultas ou apoio em algum serviço público. Uma dica é oferecer companhia para ir até o atendimento.


Não banalize ou dê sermão sobre o que a pessoa está sentindo. Dizer que “já passou por coisas bem piores e não quis morrer” ou “há pessoas com problemas mais sérios que o seu” favorece o pensamento de que ela está “incomodando”, diminuindo ainda mais a autoestima.


Se após a conversa e o acompanhamento médico você avalia que essa pessoa ainda está em perigo, não deixe ela sozinha!


E o mais importante, não dê incentivos vazios, como, por exemplo “levante a cabeça, deixa disso”, “pense positivo” ou “a vida é boa”. São “conselhos” gerais demais, além de que não auxiliam de fato no tratamento de um transtorno mental.



Além disso, o Centro de Valorização a Vida (CVV) está empenhado em fornecer suporte emocional à quem precisa, na luta da prevenção ao suicídio. Desde a década de 1970, a organização é reconhecida como de utilidade pública federal. Seus voluntários estão disponíveis 24 horas por dia para prestar ajuda pelo telefone 188 ou pelo chat online do site. O serviço é anônimo e conduzido por voluntários especializados e confidenciais.

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